Observe
E que fique registrado que apenas escrevo o que sinto, opino sobre o que penso muito a respeito e tenho sentimentos vários, voláteis, fugazes e por vezes latentes.
Falo isso porque esperou de mim uma resposta que eu realmente não sabia como lhe dar. Secamente respondi e deixei no ar, com um olhar blasé, dando a impressão de que ignorei a importância do meu retorno a você. Mas não foi isso...
Custa-me deixar-lhe ir. Sim, claro. Gosto de tê-lo aqui, de vê-lo me observar (mesmo achando que não percebo), de acariciar-me apenas com os olhos e de desejar-me com seu corpo inteiro. Mas nada disso pode ser dito, não em voz alta... poderia ser apenas aquele sussurro ao ouvido, bem baixinho, mais como uma confissão proibida, bem proibida.
Nem eu nem você podemos deixar isso ir adiante. Nunca deixamos, ainda mais agora. Há tempos isso nos persegue, um sentimento de que nos pertencemos, mas não somos autorizados a continuar e, sério mesmo, não tenho pretensão. Não, nada de amor proibido, por favor não romantize o que digo. Com você, uma coisa que não sou é romântica... acho que deve ser até mesmo por essa minha sinceridade que ainda insiste em mim.
Aproveitando isso, sendo sincera, você também não quer ir além de um desejo e acho que sua diversão é que ele seja assim: distante, praticamente impossível. A graça está nisso: querer, mas não ter, pelo menos não agora. Esse nosso jogo é bom para ambos: sei do seu desejo e se delicia com (apenas) a possibilidade, de um dia, quem sabe... Basta-lhe, não?
Uma vez li uma frase que diz mais ou menos assim: somos acúmulo de tudo aquilo que colhemos na vida, sejam sorrisos, livros ou ódio. Imagino o quanto de mim tem aí. O quanto absorve de cada palavra que escrevo, de cada foto minha que analisa e de cada olhar meu que insiste em fazer penetrar em você mesmo que o destino seja outro.
Não estou dizendo que sim, e nem que não. Não há motivo para me posicionar, afinal, nada me foi perguntado... e nem devia, entendo que sua vontade é particular, é sua! A minha não precisa ser relatada... Egoísmo meu? Acho que sim. Simples assim.
Mas não perca a oportunidade de sempre conferir. Há palavras, posições, perfumes que ainda serão testados. Cada sentido pode ser despertado novamente, e de formas diferentes... fique por aí. Não é um convite para que fique, apenas para que não vá.
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