E me fiz mãe!

É incrível como alguns sentimentos são totalmente impossíveis de expressar. Há uma imensidão de palavras que nos ajudam nisso, tentar mostrar nossa humanidade, nossas sensações, mas nisso fiquei realmente sem conseguir encontrar maneiras de expor.

Sempre me entendi como ser único. Único no sentido de independente. Gosto dos meus horários, meu caos, minha organização devida, der ser apenas eu... e há muito que não é mais assim, não?

Lembro do dia em que a vi pela primeira vez. Estava frio, estávamos no início do inverno, com uma chuvinha fina! Notei, prontamente, o detalhe singular que tinha na pontinha do nariz. Encantou-me. Mal sabia que muitos detalhes me encantariam e eu não saberia, de maneira alguma, explicar tudo isso!

A cada toque seu meu ser transcendia desta realidade. Bem sei que eu não tinha psicológico algum para entender toda a necessidade que nossa relação exigia, mas não tinha como voltar atrás e, sinceramente, nem eu queria; a vontade era seguir em frente com essa nova realidade em minha vida.

Havia tantos questionamentos, tanta insegurança, tanto julgamento alheio. Mantive-me de pé, por nós duas... e por quem acreditava que eu podia ser forte o suficiente. 

Tempos passados, 15 anos passado, na verdade. Hoje continuo com tamanha insegurança. De maneira diferente, confesso. Há época sabia que eu era tudo que você tinha, e hoje pego-me duvidando disso, se ainda sou a quem recorre sempre que precisa. Mas não de maneira negativa. Quero acreditar que os momentos que passamos juntas, os conselhos, as longas conversas, as discussões, foram suficientes para lhe dar um norte.

Difícil confessar isto, mas a admiro. Há uma certeza dentro de você que eu não tinha, nem imaginava que poderia ter, e você ‘tira de letra’. Acho que a juventude faz-nos destemidos. Imagino e vejo tanta semelhança entre nós, a impetuosidade então... E é por isso que falo tanto ao seu ouvido, com o passar dos anos descobrimos que há certos caminhos menos dolorosos. 

Há tantas outras coisas que queria que soubesse, que sentisse, que entendesse. Tento procurar palavras, expressões que me ajudem nesta missão que me foi dada, às veze acho-me incompetente. Em seguida vejo-a em ação, na vida, nas escolhas, suas próprias escolhas e orgulho-me de sua coragem, do que és. 

Do que és para ti mesma e para mim, desde 15 anos atrás!

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