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Eu sempre soube que eu escreveria um livro inteiro sobre nós

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Eu sempre soube que eu escreveria um livro inteiro sobre nós. Assim, no meu âmago, eu tinha a absoluta certeza de que tudo que o vivenciamos, e ainda vivemos, teria que ser registrado. São situações, maneiras de ver a vida, de sentir a presença do outro, que merecem ser descritos para uma posteridade que às vezes nem saberá sobre sentimentos e sensações. Eu tinha certeza de que tudo isso viria à tona em palavras, que eu saberia escrever e descrever o que me fez sentir, o que me falou e despertou um mim tantas e tantas reflexões... se cá estou, e está você a ler, minha certeza se concretizou, não? Não se engane, quando digo que preciso registrar não necessariamente quero confirmar uma linha positiva do que foi. Bem sabemos das tristezas latentes. Digo isso porque, no momento em que tive minha primeira percepção de nós (de nós, realmente. Não do que você dizia que éramos) eu deixei uma lágrima cair. Só uma. E isso porque eu também sabia que logo ela se tornaria riso, o meu riso! Solto e ...

Beijos que precisamos

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Sim, sim, me senti invadida. Não que seja um sentimento negativo, mas, definitivamente, ocupou-me um espaço além do que eu estava disposta a conceder. E não concederia a ninguém na verdade. Invadiu-me completamente e vou lhe explicar o que isso significa e o que pode nos causar. Se algum dia eu entendi minha vida sem você, pode ter certeza de que esqueci completamente como foi esse pensamento ou sentimento. Incrível como uma situação totalmente aleatória muda o rumo das coisas. Sabe efeito borboleta? Exatamente isso. O pequeno caos que me causou fez alterar toda a rota dali em diante. O seu interesse me despertou uma intensidade extrema. Intensidade do que quer que seja. De vontade do novo, de desejo do proibido, de sentimento caótico, de lucidez conveniente. E é aqui que fico na dúvida; na dúvida de como sabia... como sabia que, para mim, o desinteresse é profundamente chato e blasé? Ele me é definitivo, de certa forma.  Não quero parecer mundana, como podem dizer as más línguas o...

O que seriam das lágrimas tortas se só as lineares pudessem cair dos olhos?

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Você já se pegou pensando sobre algumas coisas que queria fazer, situações pelas quais queria muito passar, pessoas que queria conhecer e não faz nada disso? Só se dá conta de que fica presa apenas no ‘querer’ e falta a atitude para realizar. E não estou falando de grandes feitos não! Não estou dizendo que seria aquela viagem dos sonhos ou mudança de país que tanto gostaria que acontecesse. Bem, longe de mim invalidar estes grandes sonhos, mas quero mesmo é que pensemos sobre os menores, por enquanto. Tive uma situação impactante no último final de semana que me pôs a pensar com mais afinco sobre os desejos, realizações. Com isso, também me veio a reflexão sobre a movimentação que eu tenho feito, ou tenho permitido que aconteça, para que realmente tudo se suceda. Às vezes o que queremos é só passar pela experiência de tomar um café especial, com todo o requinte de uma Cafe de La Paix (ainda que seja apenas a melhor da cidade, digamos)! Mas, até que ponto nos permitimos ir mesmo? Será q...

E se?

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Era 2010, um sábado de setembro, mês em que as cores ficam mais vivas, o cheiro das flores inunda as praças da cidade e as chuvas aparecem em companhia de brisas mais leves. Mas naquela noite nada disso me veio à mente, seria até mais um detalhe que contaríamos ao relembrar da história. Eu o vi naquela noite. Não só isso, o conheci. A noite já tinha começado há algum tempo, o que quero dizer é que eu já estava envolvida no que aquele sábado queria me proporcionar. Não procurava nada além de copos meio cheios, músicas que me inebriavam a mente e pudessem me desligar das amarguras que me abatiam. Pois é, tem dias que me ligo nas tristezas da vida, me conecto com as situações mais controversas que podem nos acometer e não saio disso. Mas naquela noite eu me propus a desligar, desconectar. E aí surgiu ele, naquele dito e bendito sábado. Na verdade, ele veio de mansinho, sem alarde, sem mostrar interesse imenso. Não sei se pela timidez, pela insegurança ou desinteresse. Hoje digo que seria,...

A próxima página do próximo livro

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Lá estava eu, sentada à mesa de sempre, na confeitaria de costume. Mesmo horário, todos os sábados, mesma cadeira. Já até me acostumei com o fato da cadeira ter um das pernas bambas, acabo que danço ao tomar meu café.  Deliciosamente perigoso! Manhã fresca, com leves pingos de uma chuva que estava a se avisar. Café quente e forte, acompanhado de uma pequena colher com um docinho em forma de espuma. Hoje foi de baunilha mas posso transitar entre canela, hortelã, capim cidreira (meu preferido, inclusive). Apenas curtindo meu pãozinho recheado e abrindo na página mais recente do livro da vez. Sinto que não o acabo nunca, a lista de espera de novas leituras só aumenta e eu presa na história em que encontram um rapaz que não conhecia seu irmão gêmeo e ambos fazem terapia com a mesma profissional sem saber... Enfim. Nada fora do que costumo fazer, até então. A não ser um incômodo que senti. Um pequenininho, leve, apenas uma sensação de que alguém me observava. Um olhar atento aos meus ge...

O meu sorriso é só meu

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Quando entendi que há pessoas que se entregam cedo demais e outras que tardiamente se posicionam, decidi me manter em minha própria companhia.  Essa decisão não foi rápida nem fácil, mas vital.  Sabíamos, ambos sabíamos, que eu estava apaixonada por você, que fazia planos e desistia de outros para mantê-lo por perto. Que me colocava à sua disposição sem que, sequer, se preocupasse com possíveis perdas que eu pudesse ter por isso. Que eu cantarolava nossa música de forma mental e dançava em sua companhia mesmo que não estivesse presente. Que eu escrevia linhas cheias de amor em bilhetes que você nunca leria por simples desinteresse. Então eu vi, eu entendi, que meu sentimento era apenas meu. Você não partilhava nem da ilusão do que poderíamos ser. Não o julgo, essa era a verdade com a qual você conseguia lidar.  Eu via além. Eu torcia, numa esperança sólida, de que seu momento chegaria. Ou melhor, o meu momento, aquele em que você entenderia que sempre sentia algo, só esta...

Não é uma promessa

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Não morrerei sem antes dividir a minha vida com você. Não desistirei desta caminhada sem antes conseguir passar mais tempo vivendo contigo. Só sairei deste destino após fazer sua vida encontrar a minha novamente. Farei com que sua presença em alguns anos da minha vida seja uma obrigatoriedade para a minha felicidade plena. Isso não é uma promessa ingênua, é uma meta. Entendi, depois desse longo tempo separado de você, por razões que nem nós sabemos, que não é o que eu queria, nunca foi. Você sabe bem que sua lembrança me atormenta as noites, me consome os dias, e assim vivo apenas por recordar dos seus poucos beijos que consegui. E foram demasiadamente poucos, com certeza. Nossos momentos foram insuficientes. Demorei a te entender e depois que eu entendi, percebi que não sabia mais nada era de mim mesmo.  Eu não sabia que seus olhos eram castanhos até eu chegar perto demais parta notá-los. E isso também me fez perceber o quanto era tarde demais. Não sabia o cheiro de pitanga, fresc...