Meu controle
Eu li a pergunta que me fez e, deliciosamente, um sorriso sincero surgiu em meu rosto. Sei que não saberia, não veria a alegria que me causou com aquela pergunta boba, mas aconteceu.
O fato de você querer saber de mim, faz-me feliz! Ainda mais quando é espontâneo e genuíno. Até que ponto isso me faz egocêntrica? Antes que formule uma resposta que eu nem quero que me dê (afinal, a pergunta foi retórica. Não te dou o direito de me julgar e me fazer saber desse julgamento inútil), eu mesma digo que isso só quer dizer que eu sei muito bem o que sou e o que mereço. E sim, mereço alguém interessado, afinal, sou interessante!
É, sei que sua pergunta acerca do meu paladar sobre bebidas distintas não foi apenas uma pergunta, mas sim um convite a mim. E eu lhe dei acesso. Limitado.
A respeito dos livros que me toma horas de leitura, das bebidas que me levam daqui em minutos, da preferência pela constância de uma série ou imediatismo de um filme... tópicos que abordou comigo, com intenções ainda rasas.
Sei que o que queria saber mesmo era qual perfume fixa mais docemente em minha pele. Se sou matinal ou noturna. Se meu abraço é forte como minha personalidade. Se a tonalidade da minha voz é suave como as palavras que escrevo...
Mas não pergunte nada disso. Não agora, acho. Ou nunca, não sei. Ainda não.
Hoje lembrei da nossa última conversa e sorri de novo. Lembrei o motivo pelo qual chegou-me permissivamente... Gosto de pessoas que me ensinam algo novo, que expandam meus horizontes, que me tirem gargalhadas por trivialidades, que me fazem refletir sobre o tempo sem nem gastá-lo. Que me apresentem vivências inéditas, que me mostrem novas perspectivas e me tragam o frisson de sentimento fresco.
Entendi que há situações que não comprometem nada além do que nós mesmos determinamos. Eu me proponho a extrair o melhor de cada uma delas. Chorei baixinho ao pensar nisso. Justamente porque pensei sozinha. Não dividi isso com ninguém. Dividi apenas a minha decisão de ser além... Não além do outro, que cá está. Mas além do que eu achei que seria a vida inteira. E convenhamos, já não achava que seria pouco.
Esta recado é para quem já sabe do livro inteiro e esqueceu o quanto ele ainda nos serve : sou ‘muito’, de extremos, de intensidade, impetuosa, veementemente enérgica. Que me acompanhe! Não como uma igualdade de ser, mas como um oposto que me completa. Do jeito que já foi. Hoje não sei mais por onde anda.
As perguntas são feitas. E, dentro do meu seguro limite, respondo. Com pontos finais e não reticências. Esse é o meu controle.
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