Ê, moço!
É, moço, foi sem querer que acabei querendo você. Clichê? Absolutamente. Fique mais por aqui que vai entender que de trivial isso nada tem.
Já começo avisando que se for pra ser resumido, morno ou mesmo blasé é melhor nem começar, limito teu acesso a mim e acaba por aí mesmo, fica somente nos olhares que me dá, sem reciprocidade nem segundas reflexões. Não valeria a pena.
Não gosto de meias mensagens, de nenhum telefone ou cartas nem escritas. Ou me preenche por completo ou nem inicie... Quero a nossa versão longa, aquela que poderá ser contada em capítulos, com todos os detalhes inebriantes e que nos prendem até hoje só para ouvi-los e para senti-los nostalgicamente. Parece que percebeu sem nem precisar que eu dissesse.
Ê, moço! Você realmente entendeu esta intensidade à primeira vista. Chegou com pequenos gestos e palavras certeiras, sabendo exatamente onde eu acharia o ‘borogodó’ que eu procurava.
Eu não estava e me ligou, eu não atendi e foi ao meu encontro, eu não cedi e insistiu até que não me aguentei, fez a conexão na hora. Isso porque sabia que eu queria ser achada, queria ser tocada e literalmente o fez, quase que instantaneamente.
Conseguiu se fazer presente ainda que eu insistisse que não me sentia só, que não precisava desta companhia tão imoral e ao mesmo tempo necessária.
É, moço, eu falei que ‘não’ por diversas vezes, eu neguei em palavras diversas situações, mas só eu sei o quanto passei noites em claro imaginando o que o meu ‘sim’ faria conosco. E seu eu aceitasse o convite para um simples café? E se eu concordasse com uma carona até em casa? E se eu deixasse que seu abraço fosse mais longo do que de costume?
Fico ainda imaginando, ou planejando, ou almejando... como seríamos imortais após nosso primeiro beijo seguido do nosso segundo copo. Faríamos algum sentido na vida? O problema é que não acho que seria apenas um beijo e os copos seriam incontáveis.
Como falei, foi aleatório o encontro, mas eu percebi que conseguimos nos beijar por olhares, nos tocar intimamente por palavras e o pior de tudo, nos atingir tão sensualmente apenas com suspiros ao ouvido.
Ê moço, já pensou isso dar certo? Que não dê! – penso eu. Mas e se der... o amanhã seria muito distante, a vivência seria tão intensamente momentânea que ademais seriam detalhes. Estamos ainda sem saber. Saberemos?
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