Não posso mentir
Não posso mentir. Não para nós! Não sou assim. Já lhe falei em caos passados que eu não preciso de promessas, elas não me compram, não me convencem de que o ato será concretizado. Palavras são sim importantes, desde que acompanhadas de sentimentos, de intenções verdadeiras e críveis.
Não vou dizer o que não sinto como verdade. Eu realmente não sei mentir. Os meus sentimentos, impressões, descontentamentos, aprovações – ou desaprovações – ficam bem visíveis em meu semblante. Meus olhos não choram inverdades, meus lábios não proferem calúnias e, o mais importante, meu coração não engana e não se engana por qualquer invenção da realidade. Não esqueça de que sei que o amor não vive, tampouco sobrevive, de teorias.
É pedir muito um amor simples? Feito café pela manhã. Inunda o ser com a fortaleza do seu sabor, nos sustenta com toda energia que traz em apenas uma xícara e conforta com toda a quentura típica de um bom, bom café. Sem obrigações, sem dificuldades, apensas sendo. Falta isso, inebriar-me novamente. Van Gogh sabia do que falava... ‘prefiro morrer de paixão a morrer de tédio’. Muito forte a palavra ‘tédio’ aqui, mas, mar calmo me enjoa.
A loucura de ser extremamente sincera aqui só me foi possível pela maturidade que conquistei ao longo dos anos, e com certeza pelo sentimento que nutro em mim mesma e por mim mesma. Não há maneira de eu aceitar menos. Fazer isso seria admitir que eu mereça isso, e eu não concordo. Já me arrisco aqui, apenas por ser sincera, soar arrogante. Compreensível, mas injusto. Se não lutarmos pelo que achamos ser nosso objetivo, pelo que respiramos afinal?
E as verdades são simples, sendo verdades mesmo. Parto do princípio de sermos sinceros com nosso próprio sentimento... Se amo logo penso em cuidar, em afagar, em abraçar... Simples. Viver com alguém nos desperta atitudes empáticas, necessariamente. Ou não? Será que venho me enganando toda minha vida consciente amorosa? Não acho. Agora ouso parecer dramática: acho que posso ser mal interpretada e, principalmente, mal compreendida.
Falando ainda sobre má compreensão... Acho que há muita confusão acerca das verdades ditas e expressas. Arrisco porque acho que vale a pena, ainda que, se tenho realmente que explicar o motivo pelo qual não estamos bem, já imagino que posso falhar nisso. Se não entende ou não vê o que fez, que garantia tenho de que entenderá meus argumentos? É, aqui conto apenas com o crédito que tem por ser a pessoa que mais me conhece e sabe que não sei mentir, ou fingir, ou deixar para depois. Não sou mulher do ‘depois’! O ‘depois’ eu mesma construo, agora quero é que sejamos nós, simples, como café preto matinal.
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