Sense
Estava tão acostumada com a monotonia dos amores normais que me surpreendi quando notei que as sensações tinham se expandido imensuravelmente.
Eu, que só tinha delírios a oferecer, passei a ter e transbordar uma completude essencial para meu novo ‘eu’, como se naturalmente construísse uma personalidade nova, mas interligada necessariamente a você. Sim, me percebi através de você.
Sensorial. Como as sensações estavam confusas. De uma maneira muito boa, claro. Conseguia sentir em meus lábios o sabor suave do seu cheiro, enxergava nitidamente a maciez da sua pele como uma aura tocável. Se me distraio, volto à orbita ao escutar a sua melancolia, sem ao menos dizer nada, me pedindo socorro, mudo.
Foi tão gradativo que nem percebi que acontecia. Se eu falar que foi de forma mágica vai dizer que é clichê? Mas não me perdoaria se não descrevesse assim: magicamente belo, encontro de personalidades pertencentes….
Eu nem relutava mais, deixava o som da sua inquietude me levar, suas notas agudas me inebriavam os sentidos. Tocava seu desejo com tanta propriedade que parecia materializar em meus braços e abraços e apertos e, finalmente, aconchego.
E fui… levada por sentidos só agora descobertos. Só deixei para trás banalidades e segui meu mais novo caminho, sem a certeza de estar certa, apenas fui cheia de entusiasmo colorido. Catei minha alma ingênua e cândida e parti para este seu ser!
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