Be nice! Não é uma sugestão, é uma necessidade

Há situações em nossas vidas que nunca pensamos a respeito, pelo simples fato de não ter relevância; ainda. Coisas bobas, às vezes pequenas, clichês até, me arrisco em dizer, e que em algum momento serão de tamanha importância que não acreditaremos que foram deixadas de lado…

Como exemplo: só saberemos das necessidades básicas de um ser humano quando tivermos consciência de que falta a um de nossos filhos e pode ser falta emocional também. Ou, mais trivial ainda (para não usar clichê novamente), só sentiremos falta de um abraço quando não o tivermos mais.

Há exceções, claro. Pessoas mais esclarecidas, porém, muitos de nós não enxerga que essas pequenas coisas juntas são mais valiosas do que outras que parecem importantes mas são extremamente vazias.

Hoje tenho pessoas queridas distantes. Este foi o start para eu rever minhas diretrizes e notar a vida alheia, que de alheia não tem nada uma vez que vivemos em sociedade e meus filhos compartilham desse modo de vida. Há de se rever mesmo e agora.

Lembro claramente, por exemplo, que se eu recebesse uma ordem dos meus pais e o questionassem o porquê disso eu era tratada como desrespeitosa. Hoje as crianças têm o direito de saber! Ora, sem discutir a maneira como cada um educa o seu, eu quero mostrar é a falta de respeito e hierarquia que está nitidamente dentro de nossas casas.

Passeava no shopping com minha família final de semana passado e ou entrar no elevador vi um bebê sendo empurrado no carrinho (o que nos mostra ser ainda pequeno mesmo) e na mão segurava um tablet! Mais uma vez, cada um entende como quer a educação, o problema é o que isso gerará na sociedade em que eu vivo e que meus filhos viverão. Como mantê-los atentos ao seu redor, até mesmo por questão de segurança física, se estão focados num pequeno aparelho em suas mãos?!?

Eu lembro que lia ‘A Moreninha’ e, achava o máximo os tratamentos entre as personagens. Respeitoso, polido, até sedutor por tanto cuidado. Hoje a impressão que tenho é que as relações estão tão desvalorizadas que ninguém se importa com a convivência e sim com o status ou o lucro que o contato gera.

Vi ontem uma série de época em que ao cumprimentar a moça o rapaz beijou-lhe a mão. Ela, pasma, disse que ele tinha maneiras arcaicas para um rapaz tão a frente do seu tempo, ele ainda mais surpreso garantiu que a evolução é inevitável, a tecnologia é vantajosa, mas as boas maneiras, o cavalheirismo, a educação e o cuidado sempre serão a maior riqueza humana. O que lhe sustenta o caráter! E não é?!?

Agradecimento hoje é raro, ou um ‘obrigado’. Pegue exemplos diários: o motorista do seu lado quando quer entrar em sua frente toma-lhe o lugar ou lhe faz sinal pedindo permissão? Se alguém derruba algo no chão é ajudado ou ninguém vê (ou se importa)? Parece lugar-comum este tema mas está tão pesado esse comportamento social que chega a ser triste sair na rua e nos depararmos com tanta indiferença.

O pior é que já contagiou tanto as pessoas que, da porta para dentro isso tem acontecido também. Sabe aquela história que cachorro com mais de um dono morre de fome? É bem assim, deixamos a responsabilidade de tudo para o próximo da fila, nos isentamos de certos comportamentos que dizem muito a respeito do nosso caráter. Pense você: se tiver três copos sujos na pia de sua casa, você usa um e o lava. Lavará todos também ou só o seu? Se parou para pensar um segundo que seja já é sinal de que algo está meio errado aí…

Esse jargão de que ‘gentileza gera gentileza’ é verdade, mas esperar o outro começar ou esperar algo em troca é morrer à míngua. Há de se fazer o certo, o gentil, o importante pelo simples fato de ser certo.

Além de sermos agentes dessas gentilezas, devemos saber recebe-las também, até para que elas tenham continuidade e gerem o bem estar que devem proporcionar. Noite dessas saí com meu marido para jantar e estava chovendo, de leve. Ao sairmos do restaurante ele pediu que eu aguardasse que ele pegaria o carro, assim, eu não me molharia… peguei na mão dele e disse que não precisava, era perto. Me arrependi segundos depois, quando ele disse: ah, mas eu queria fazer isso. Não queria que se molhasse. Onde está minha sensibilidade e receptividade aí? Triste não?!? Poderia ter recebido um agrado, um cuidado, e ele ficaria contente em ter me proporcionado isso…

Pensem bem sobre suas maneiras. Comece logo pela manhã. Você responde a todos o ‘bom dia’ que recebe no Whatsapp? Deixa a senhora entrar na sua frente na fila do pão por respeito? Escuta com paciência a história de sua filha que esqueceu de passar o batom para ir ao colégio e o mundo acabou pra ela? Já respondeu o e-mail de aniversário que seu pai mandou há dois meses e não quer que ele pense que não foi importante? Seja gentil e atencioso, não haverá modernidade que tire o brilho disso tudo, ou falta de tempo que justifique nossa desatenção.

Partiu!… responder e-mail do meu pai!

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