1808

Não dá para descrever o meu sentimento quando abri o delicadamente o livro, não sem antes passar a mão pela capa, como se sentisse a emoção contida nele por outro sentido: o tato. Limpei a poeira que insistia em permanecer ali quase como parte dele mesmo.

O que senti não foi somente pela leitura em si – que sabemos que é tamanha – mas porque era o único livro que ficara após sua partida. De tantos este foi o escolhido; e mais, deixado como presente pessoal.

Tão pessoal que em sua primeira página vê-se o carimbo particular de um leitor, além de apaixonado, organizado e metódico – qualidades que insisto em me habituar a ter somente para dizer que é herança…

Comecei a lê-lo. Sabe que dividimos essa paixão mas, este é mais que apenas palavras, interessantes – confesso. Gostei do livro, acho que por ele parecer com uma reportagem elaborada me chamou a atenção. Além disso, é o que dividimos, enfim.

Um dia ainda terei minha biblioteca particular e a coleção será bem querida – representando a minha vontade de parecer com você e o que aprendi com seus bons hábitos.

Ou mais ainda, terei meu nome na capa de um bom livro e, por dentro, além do carimbo – meu carimbo, terá também a minha dedicatória a você. Aí será mais um romance que terá suas histórias em palavras e representará mais do que ele mesmo poderá descrever.

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