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Mostrando postagens de junho, 2012

Ela, só ela!

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Levantou dificilmente, com as pernas ainda bambas pedindo arrego mesmo. Ofegante, tentava recuperar a respiração há pouco lhe roubada por tamanho desejo. Arrumou o óculos torto no rosto, embaçado pelo calor do ambiente. Os cachos do cabelo desalinhados lhe davam um charme que normalmente não tinha; aliás, era uma das únicas coisas que ela gostava nele. Isso e as noites em que trocavam chocolates… Sentou novamente, sem rumo ainda. Olhou pra ela, de maneira diferente, e acenou com a cabeça, esperando uma resposta positiva dela. Aguardou… ansioso! Era a primeira vez que lhe tocavam e que tocava alguém. E ela… ah, ela! Como era cheirosa, pele macia – costumava dizer muito isso. Os cabelos lisos lhe caiam aos ombros, brilhantes, balançavam de acordo com o ritmo de suas cadeiras, de modo ritmado, e ele acompanhava completamente seduzido. Um silêncio pesado pairava no ar, nervoso, olhou pra ela, insistindo na espera da resposta. Ela sorriu, um sorriso maroto, com os lábios leve...

1808

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Não dá para descrever o meu sentimento quando abri o delicadamente o livro, não sem antes passar a mão pela capa, como se sentisse a emoção contida nele por outro sentido: o tato. Limpei a poeira que insistia em permanecer ali quase como parte dele mesmo. O que senti não foi somente pela leitura em si – que sabemos que é tamanha – mas porque era o único livro que ficara após sua partida. De tantos este foi o escolhido; e mais, deixado como presente pessoal. Tão pessoal que em sua primeira página vê-se o carimbo particular de um leitor, além de apaixonado, organizado e metódico – qualidades que insisto em me habituar a ter somente para dizer que é herança… Comecei a lê-lo. Sabe que dividimos essa paixão mas, este é mais que apenas palavras, interessantes – confesso. Gostei do livro, acho que por ele parecer com uma reportagem elaborada me chamou a atenção. Além disso, é o que dividimos, enfim. Um dia ainda terei minha biblioteca particular e a coleção será bem querida...

So many (happy) changes

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Diante de tantas mudanças, parei um pouco para refletir. Não que não fosse de costume fazer isso, mas, nesse ano que chegava ao fim, muitas situações seguiram rumos totalmente inesperados, deixando os momentos de reflexão mais escassos… Mas deveriam surgir com mais freqüência agora… Li um texto de Lya Luft uma vez que dizia que “para reinventar-se é preciso pensar”. Não queria me reinventar no sentido literal da palavra, mas melhorar minhas qualidades e diminuir meus vícios… Sentei nos primeiros degraus da escada que dava acesso à área de lazer da casa. Era um dia fresco, mas, mesmo assim preferi a brisa de fora ao aconchego de dentro. Até porque algumas raras gotas de uma provável chuva caíam e elas, de certa forma, me acalmavam. Encolhi as mãos nas mangas que sobravam de um agasalho antigo que ainda cheirava a roupa guardada. Abracei meus joelhos e me encolhi, procurando abrigo em meus próprios braços. Suspirei profundamente. Pensei satisfeita na felicidade que conquistara...