É agora, o instante é agora!
Só a observava pela janela. Dias chuvosos, noites calorentas, lençóis bagunçados ou organização na cozinha. Não importava, eu só a observava. Foi assim que descobri que ela gosta de sua solidão. Na verdade, não era assim que ela dizia, cuidava das palavras; se posicionava sobre ‘apreciar sua própria companhia’. É, eu também lia suas postagens, afinal, foi por suas palavras, principalmente, que me ‘derreti’ por ela. Confesso que era linda. Sua nuca sempre descoberta por conta dos cabelos presos num coque mal feito (e daí, ainda mais charmoso), me faziam suspirar, imaginado o quanto podia acaricia-lo, cheirá-lo, beijá-lo. Alguns fios soltos davam um ar despretensioso, como se não quisesse mesmo se arrumar e ainda assim ficava estonteante. Tinha hábitos peculiares e organizadamente diários: levantava, olhava-se no espelho do quarto, assentava os cabelos bagunçados e se dirigia ao banheiro. Saia de lá exatamente 42 minutos após entrar; sabe que eu me perguntava se por acaso ela ...